O GBPD – Grupo Brasileiro de Professores de Dentística, entidade que há 50 anos representa os professores de Dentística no Brasil e na América Latina através da ALODYB – Asociación Latinoamericana de Operatoria Dental y Biomateriales, vem a público se posicionar a respeito do protocolo considerado efetivo e seguro para a remoção de restaurações de amálgama. Tanto a American Dental Association (ADA) quanto a Food and Drug Administration (FDA) e a FDI World Dental Federation (Federation Dentaire Internationale), inúmeras vezes reafirmaram que o amálgama é um material restaurador seguro e durável. A conclusão da Convenção de Minamata, realizada em 2013, em Genebra, referendada em 2017 e em março de 2022, no encontro conhecido como COP 4-Minamata, realizado na Indonésia, com a participação de mais de 140 países, não colocou as restaurações de amálgama como um risco à saúde das pessoas. As restaurações de amálgama não foram proibidas. O tratado recomendou a diminuição gradual do amálgama, o incentivo ao desenvolvimento de materiais de qualidade e livres de mercúrio para restaurações dentárias, e o cuidado com o descarte de todos os produtos contendo mercúrio, sem medidas proibitivas ou prazo para o banimento, pois a maior fonte de contaminação humana não ocorre pelo mercúrio contido em uma restauração de amálgama, mas sim pela ingestão de peixes de água contaminada. Sem demonstrar vieses, fanatismos e sem defender um lado ou outro, um material ou outro, o que deve imperar na decisão do tratamento é o bom senso baseado nas evidências científicas. A boa Odontologia, com foco principal na saúde e bem-estar das pessoas, sempre será o nosso objetivo, e poderá ser realizada de forma excelente desde que com material e protocolo indicados para cada caso. O cirurgião-dentista deverá ser fonte de informações confiáveis e a melhor referência na promoção da saúde oral e da dignidade profissional.
