EDIÇÃO: V14N4

Introdução: foi realizada uma avaliação clínica da incidência de sangramento quando da realização de procedimentos cirúrgicos orais diversos em pacientes em uso de anticoagulantes (como warfarina sódica e heparina) ou antiagregantes (como o ácido acetilsalicílico), bem como a eficácia do ácido tranexâmico para proteção do paciente contra a ocorrência de episódios tromboembólicos. Métodos: foram realizados 31 procedimentos cirúrgicos, sendo 17 em pacientes do sexo masculino e 14 em pacientes do sexo feminino, tendo como critérios de inclusão a utilização de terapia anticoagulante ou antiagregante e o valor de INR dentro da gama terapêutica. Em nenhum dos casos realizados houve suspensão ou alteração da medicação em uso. Foi avaliado o tipo de intervenção cirúrgica, risco tromboembólico, sangramento trans- e pós-operatório e a necessidade de medidas locais para controle hemorrágico. Resultados: a manutenção da medicação anticoagulante ou antiplaquetária não desencadeou no aumento do índice de sangramento. Observou-se apenas 2 pacientes (6,45%) com sangramento fora da normalidade no transoperatório, sendo ambos revertidos através de tamponamento com ácido tranexâmico. Considerando-se o índice de sangramento pós-cirúrgico (classificado em leve, moderado ou severo), apenas 1 paciente (3,22%) evoluiu com hemorragia severa após o quarto dia, devido a agravantes externos, estando os demais na categoria de sangramento leve. Não houve episódio tromboembólico registrado no decorrer da pesquisa. Conclusões: o índice de sangramento trans- e pós-operatório nos procedimentos cirúrgicos realizados manteve-se, na grande maioria dos pacientes, dentro da normalidade, isto é, controlado e com boa visibilidade do campo operatório. Ainda assim, novos estudos podem contribuir para maiores elucidações.